quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Rosa ou Salmão?

Foto: Divulgação G1


O salmão tornou-se um queridinho dos brasileiros. O peixe rosado, que tempos atrás só era encontrado na mesa dos ricos, tem-se popularizado no Brasil. Hoje, o quilo do salmão pode ser encontrado por menos de 30 reais.
Segundo matéria publicada pelo portal G1 em março deste ano, o salmão já rivaliza com o bacalhau no número de vendas durante a semana santa.

O principal fator desse aumento na oferta e no consumo do salmão é a criação em cativeiro. Durante os anos 60, os Noruegueses desenvolveram técnicas de criação de salmão em cativeiro. Japão, Canadá, EUA e Chile (de quem o Brasil importa a maior parte do salmão que consome) iniciaram a criação em cativeiro no final dos anos 80, aumentando a oferta de salmão. Hoje a maior parte do salmão comercializado no mundo não é mais de animais selvagens.

Contudo, o peixe de cativeiro tem qualidade inferior em muitos aspectos. O primeiro deles é a coloração. O salmão é um peixe naturalmente branco, mas ele se alimenta de camarões, que, por sua vez, se alimentam de algas que contém a substância astaxantina, que lhes dá essa cor rosada. Essa substância se acumula no organismo do salmão e, com o tempo, reforça seu tom rosado. Os peixes de cativeiro, não são alimentados com camarões. Logo, os criadores misturam corantes às suas rações para que ganhem a cor rosada, que nunca chegará a ficar igual à do peixe selvagem.

Em 2003, o jornal inglês The Sunday Times investigou criadouros da Europa e constatou que os peixes eram mais flácidos e tinham problemas genéticos, devido aos antibióticos inseridos na alimentação desses peixes para evitar doenças e acelerar o crescimento. Parte desses antibióticos permanece na carne e pode ser prejudicial à saúde dos consumidores.

A ong Instituto Terramar denúncia que a criação de salmões em cativeiro também pode causar um desequilíbrio ambiental. Como as criações são feitas em espécies de gaiolas colocadas em mar aberto, alguns alevinos escapam e contaminam os animais selvagens com pragas de cativeiro, podendo exterminar a população selvagem. Há também, segundo a ong, o risco de salmões de cativeiro, que crescem mais rapido devido aos remédios, escaparem e cruzarem com animais selvagens. Isso poderia causar um desequilíbrio ambiental, infestando os mares com animais precocemente desenvolvidos.

Quase todo salmão vendido no Brasil é importado do Chile, país que leva vantagem em relação aos criadores europeus. A produção chilena tem uma estrutura mais moderna e recebeu excelente classificação do FDA norte-americano (Food and Drug Administration, equivalente a Vigilância Sanitária no Brasil). Mesmo assim, é bom manter o olho bem aberto na hora de escolher seu salmão.

2 comentários:

Bruno Norito disse...

Curti esse negócio do asxantina aí. Vivendo e aprendendo.

Entre salmão e bacalhau eu fico com os dois.

Mas cá entre nós, sashimi de salmão é o que há.

E não duvido sobre o empate nas vendas entre salmão e bacalhau na semana santa, aqui em casa pelo menos, meu pai (japonês) cuida do salmão e minha mãe (portuguesa) do bacalhau. Fartura.

Aquele abraço

Unknown disse...

Léo!! Entendi tudo agora!! Por isso será que o gosto tá diferente...?? Se bem que praticamente tudo que a gte come tem antibiótico etc. Sei lá...mas achei muito interessante!!